30 de setembro de 2011

Miguel

                                                      Meu Miguel no dia dos Anjos...
                                                                  Podem babar...

Doar é um presente...

Quando eu era pequenino na cidade grande, uma pessoa muito especial me contou uma história mais ou menos assim:
"O amor é como uma caixinha, onde se coloca e se tira...
Quando se dá amor,
se tira da nossa caixinha e coloca na caixinha do outro.
Quando se recebe amor,
se tira da caixinha do outro e coloca na nossa."
Acho que essa foi a melhor explicação que já recebi até hoje do amor.
Se você só recebe e não dá,
a caixinha lota e ninguém mais consegue te dar amor.
Se você só dá,
chega uma hora que acaba o seu.
Por isso, na vida é importante dar e receber amor.
Nem sempre aquele que recebe de nós é o que nos dá.
Nem sempre damos de quem recebemos.
Mas sempre estamos fazendo troca e reciclando o nosso estoque de amor.
Não deixe sua caixinha esvaziar, nem deixe sua caixinha lotar.
Saiba dar e saiba receber.
Coloque amor em tudo que faz, desde o acordar até o dormir, no trabalho, no trânsito, em casa.
As coisas, os detalhes feitos com amor têm outro sabor, tanto para quem faz como para quem recebe.
Coloque amor no seu sorriso pela manhã.
Coloque amor no Bom Dia animado.
Coloque amor nos detalhes do dia.
Coloque amor nas pequenas coisas, e nas grandes também.
E você verá que sua vida será cheia de realizações, sucesso, alegrias, coisas boas e amor.
Lembre-se de que a felicidade só depende de nós e viva melhor!




Desconheço o Autor

28 de setembro de 2011

AH1QUE SAUDADES EU TENHO DA AURORA DA MINHA VIDA DA MINHA INFÂNCIA QUERIDA QUE OS ANOS NÃO TRAZEM MAIS..."


" O TEMPO PASSOU E ME FORMEI EM SOLIDÃO"


José Antônio Oliveira de Resende
Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura,
da Universidade Federal de São João del-Rei.


Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite.
Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres a visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um.
– Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre.
E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia.
– Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!
A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando- nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro... casa singela e acolhedora. A nossa também era assim.
Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha – geralmente uma das filhas – e dizia:
– Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa.
Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite... tudo sobre a mesa.
Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também. Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança... Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam.... era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade...
Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida. Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em festa.. A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, t ambém ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos... até que sumissem no horizonte da noite.
O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail... Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa:
– Vamos marcar uma saída!... – ninguém quer entrar mais.
Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores.
Casas trancadas.. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite...
Que saudade do compadre e da comadre!